quinta-feira, 1 de maio de 2008





A mulher da lavagem

Sempre aos cheiros resistia,

A custo, mas com coragem!

Pior vida… não havia,

Que o “recolher” da lavagem!














O cauteleiro

Treze, no boné de sola…

Tentação, sorte e azar!

Se “andar” hoje… não se rala!

Pois só sai… a quem jogar!











O amola-tesouras

Mil tesouras e navalhas,

Que amolas, sem descansar!

Se a gaita tocas, não falhas…

É o Inverno a chegar!












O carteiro

Pomba branca… será paz,

N’um barco bem prazenteiro?

Ou será que a carta traz…

As tristezas… d’um carteiro?











O catitinha

Com seu apito afinado

A criançada chamava.

Era um “castiço” engraçado…

Pois… só mãozadas lhes dava!














O “caga lume”

Nesses tempos a luz triste

Nem dava p’rós gatos ver!

E o “faz” lume, não desiste…

E vai… de tudo acender!











O carvoeiro

Carvão, bolas e carqueja,

Carro tosco e uma balança!

A ninguém causava inveja…

Pó preto… cheio d’esperança!












O amola-tesouras

Mil tesouras e navalhas,

Que amolas, sem descansar!

Se a gaita tocas, não falhas…

É o Inverno a chegar!












O polícia sinaleiro

O condutor distraído

Obedecia e andava!

Mas o Baptista atrevido…

À “fava” todos mandava!












Os saltimbancos

Saltimbancos… infelizes

Nas cambalhotas da vida…

A “cabra” alegre os petizes

Mas a esperança está perdida!












O padeiro

Pedalava bem ligeiro,

Levando o pão à freguesa,

E… quem não via o “padeiro”

Tinha fome concerteza!













O porteiro do casino

Almirante se julgava,

Tanto galão e estrelinhas!

Mas afinal… só guardava

O bom “Páteo das Galinhas”!